• NUNO DE AGUIAR - MEU DISCO, MEU FADO! - CD 184

NUNO DE AGUIAR acaba de lançar mais um CD da sua carreira, já longa de 45 anos, onde se afirma, uma vez mais, como um dos mais genuínos representantes do Fado tradicional.

Na verdade, ele é a única voz masculina sobrevivente de uma geração de oiro, em que avultaram nomes como Alfredo Marceneiro, Fernando Farinha, Fernando Maurício, Manuel de Almeida, Manuel Fernandes, Carlos Ramos, Frutuoso França e alguns mais.

Por ser o mais novo, mas por ombrear com eles desde muito cedo, bebeu dessa geração um casticismo e um rigor fadista que, sem imitar ninguém, está presente na sua maneira de cantar, tão autêntica, tão própria.

Tanto quanto intérprete de excepção, Nuno de Aguiar afirma-se, neste CD, como poeta e compositor talentoso que sempre foi.

São dele as letras das faixas «Trindade do Nosso Fado», «Tributo a Manuel de Almeida», e as músicas de «Jardim do Coração» e de um verdadeiro ex-líbris do qual foi o criador, «Bairro Alto», depois apropriado por outros grandes intérpretes e por centenas de amadores que ainda hoje partilham com a assistência o refrão «Trovas antigas, saudade louca, andam cantigas a bailar de boca em boca...» nas casas de fado do País inteiro.

Inteligente, laborioso na busca do que ao seu público mais poderá agradar, não se deslumbra com os seus talentos e escolhe letras e músicas de outros, com a maior exigência de qualidade fadista e um respeito total pelos critérios tradicionais, num CD para apreciadores, bem equilibrado de repertório.

Ouvi-lo é reviver timbres e entoações que não se ouvem já com facilidade. SÃO 14 FADOS, ACOMPANHADOS PELOS CÉLEBRES MÚSICOS: NA GUITARRA o FILIPE LUCAS e nas violas - baixo e clássica O LELO NOGUEIRA

E se, afortunadamente, podemos ouvir Nuno de Aguiar, em pessoa, nos vários locais de fado onde se apresenta diariamente, são CDs como este que preservam a voz de quem um dia será declarado um dos grandes fadistas de sempre.

NUNO DE AGUIAR - Meu Disco, Meu Fado! CD 184

Nasceu na Travessa do Olival à Graça e revelou-nos que desde muito cedo se sentiu rendido ao mundo do Fado. Na sua vida infância, Concórdio trocava de bom agrado os pontapés na bola de futebol para ouvir e cantar o Fado. O fadista de hoje recorda os momentos em que, as vizinhas lhe pediam para fazer recados, e com os tostões que lhe davam, descia até ao Vale de Santo António para, numa tasca pagar um copo de vinho aos guitarristas, em troca de um Fado. È em pleno bairro de Alfama, no "Retiro" do Sr. Augusto, que Concórdio canta alguns dos Fados que ouve na Emissora Nacional. Contudo, estes acontecimentos dão-se sempre à "revelia" dos seus pais. Uma nota curiosa neste seu percurso é que um dos grandes apreciadores de ouvir Concórdio a cantar, era o General França Borges, antigo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, que frequentava o "Retiro" do Sr. Augusto e que em troca de uns tostões lhe pedia a interpretação de alguns temas de Fado. Influenciado pelo pai, mestre em marcenaria de obras de arte, Concórdio aprende o ofício, no Instituto Industrial de Lisboa, mas cedo opta por se dedicar exclusivamente ao Fado e passa a ser solicitado para cantar, ainda que a título amador. Destaca-se então pelo estilo próprio de interpretação que o distingue de tantas outras vozes. Em 1960 profissionaliza-se após ganhar o concurso "Primavera no Fado", no Coliseu dos Recreios, findo várias eliminatórias no "Salão Luso".Depois do serviço militar, onde encantou os colegas com as suas interpretações de Fado, é convidado para o "Ritz Clube" (1965): “Um lugar fora do comum” dirá. Neste espaço, o Fado tinha início às 2 horas da manhã e durava até cerca das 7 horas da manhã. Aqui, Concórdio manteve-se por cerca de dois anos, até ao convite do Sr. Barros para integrar o elenco do "Retiro da Severa". Surge então a oportunidade de gravar para a editora "Estúdio", ainda que seja aconselhado a alterar o seu nome próprio - Concórdio para um nome considerado mais artístico e "nasce" Nuno de Aguiar. Praticamente todas as noites, Nuno de Aguiar interpretava o Fado "Bairro Alto", (letra de Carlos Simões Neves e música de Nuno de Aguiar) e que se revelaria um enorme sucesso e que pontua a sua carreira. Mais tarde, é convidado por Lucília do Carmo para o elenco do "Faia" situado no Bairro Alto, local de contínua aprendizagem e ótimas recordações. Nuno de Aguiar revela-nos ainda as atuações de sucesso que tiveram lugar no Casino do Funchal. É neste período que a carreira do fadista conhece contornos internacionais, com incontáveis viagens e concertos um pouco por todo o mundo, com apresentações em cidades que o fadista diz conhecer tão bem como o bairro onde nasceu! Numa dessas deslocações até à América, Nuno de Aguiar acaba por ficar durante 9 anos, em concertos para a comunidade portuguesa e não só.

Passou um longo período numa casa típica em Lourenço Marques (Moçambique), até ao 25 de Abril, altura em que regressa a Lisboa.

Após o regresso inicia um novo circuito pelas casas típicas de Lisboa, salientando-se a inauguração do "Forcado" e o início de uma colaboração assídua com Rodrigo no "Picadeiro", em Cascais.

Torre da Guia é o seu poeta de eleição. Conheceram-se no serviço militar e desde então tem a particularidade de escrever a maior parte das letras que Nuno de Aguiar interpreta.

Celebra os 45 anos de carreira em 2006 assinalados com a edição de um CD, etiqueta Metro- Som: "Meu Disco, Meu Fado", e onde revela a sua faceta de poeta, ao assinar dois dos 14 fados que compõem o CD. O ACOMPANHAMENTO FOI FEITO PELO EXCELENTES MUSICOS: Em 2 GUITARRAS o FILIPE LUCAS e nas VIOLAS o LELO NOGUEIRA.

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NUNO DE AGUIAR - MEU DISCO, MEU FADO! - CD 184

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